sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Uma pena que o Diário Económico não dê esta notícia

O Banco Central Europeu emprestou à banca europeia, na semana passada, 489 mil milhões de euros. Ver detalhe deste post do Ladrões de Bicicletas, com a notícia económica "bomba" da semana que passou ao lado dos media em Portugal...

Crédito - oxigénio da economia

É por estas e por outras que há quem defenda que o crédito é um bem público.

O fecho desta torneira pelos bancos asfixia a economia, o que é tanto mais grave quanto são de contenção os tempos que vivemos. E esta torneira é totalmente controlada por privados, sem qualquer regulação pública efectiva - como se está a verificar. Será isto razoável?

Confiança, Portugal precisa é de confiança...

Confusão na Guiné Bissau

Faz-me um bocado confusão que um país que quase não tem Estado (diz-se ser hoje um narcoestado) e que é um dos países mais pobres do mundo, viva com constantes tentativas de golpe de Estado.
É uma lástima porque assim não vão mesmo a nenhum lado….

Mensagem de Natal do Pirmeiro Ministro

Devo desde já dizer que não vi a mensagem de Natal do 1º ministro, mas os ecos que me chegam não me deixam tranquilo.

Depois do Presidente da República num acesso da sua habitual cretinice desejar que 2012 seja o melhor possível - nada como ter líderes mobilizadores - eis que o 1º ministro fala em democratização económica e em reformas estruturais, o que deverá traduzir-se no reforço da lógica do estado minimalista, da liberdade de escolha (na saúde, na eduação, na reforma, etc) - isto é, do cada um por si e quem não tem dinheiro que se lixe. Deve significar também o liquidar em definitivo das políticas redistributivas e do aprofundar das desigualdades.

E tudo isto com uma capa de tecnicidade, de inevitabilidade, de um moralismo bacoco de punição por termos gastado demais (quem?), de termos sido fracos (quem?) face ao crédito barato oferecido, de honra de compromissos (subserviência) face a credores agiotas.

Mas foi o que o portuguesinho elegeu - para o que contribui muito o descabaro do 2º governo Sócrates, naturalmente.

Não prevejo um ano de 2012 fácil.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A competitividade pelo preço do trabalho

O governo processegue o seu programa de fo*** quem trabalha, e obter competitividade à chinesa - pelo salário, nivelado pelo custo da tijela de arroz.

Aqui está mais uma medida essencial deste programa.

Questões críticas:
A quem beneficia?
Quantos empregos esta gentalha acha que cria com estas medidas?
Quantos despedimentos haverá porque é muito mais baratinho despedir?
Quantos downsizings permitirá a preço de saldo?

Os salários de Dezembro da CP

Não duvidando das dificuldades que devem estar algumas empresas públicas deficitárias há vários anos, ninguém me convence que esta questão, surgida justamente nesta altura, quando há um ambiente de claro confronto na CP, não é uma forma de pressão e uma vingançazinha reles pelas greves que têm vindo a ser efectuadas. E se for assim, esta gentinha é nojenta...

Ainda as sugestões de emigração dos trabalhadores portugueses

Nos últimos dias tem sido explorado no espaço público as sugestões do governo para que trabalhadores no desemprego saiam da "zona de conforto" e se façam à vida no estrangeiro.

Esta sugestão, aparte a sua insensibilidade completa, é muito curioso que venha de gente que nunca na vida fez outra coisa que não fosse estar na "zona de conforto" da política ou das benecesses que a mesma propicia - em particular o Sr. primeiro ministro não me venha com a conversa que foi 10 anos trabalhador como os outros, porque ser administradores de empresas de amigos, companheiros de partido, lamento mas não entra nessa definição.

Aparte a cretinice da sugestão, acho que um governante que não encontra espaço no país para os seus concidadão, e ainda para mais cidadão activos, com uma vida para aportar ao seu país, esse governante não é objectivamente digno de quem governa.

O novo governo de Espanha e mais um programa de imposição de uma certa ideia de sociedade

Tal como em Portugal, também em Espanha o governo resultante das últimas eleições é um governo claramente à direita que aproveita a crise para executar um programa de alteração estrutural do modelo de sociedade, vendido como solução técnica inevitável:
  • limitação ao mínimo do papel do estado (cortes de 16 mil milhões de euros!!!);
  • penalização de quem vive do trabalho, com as inevitáveis alterações à lei laboral e as mexidas nos feriados (onde estamos a ver este filme);
  • mexidas nos modelos de reforma;
  • congelamento de contratação na função pública
  • novo modelo de televisão pública (que curiosa fixação com a comunicação de massa)
  • mexidas no sector financeiro
Que extraordinária proximidade com o programa do nosso próprio governo. E com a agravante de em Espanha o problema do défice não se colocar, pelo menos por enquanto, com a mesma urgencia que em Portugal.

O verniz começa a estalar

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

"Até ao ponto de não-retorno"

Faço aqui um link para um excelente artigo do eurodeputado Rui Tavares, um dos opinion makers (dos poucos de esquerda que ainda vão aparecendo) de que mais gosto, publicado no Público de um destes dias.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Este Passos Coelho é um palhaço

Vamos ver se aguentam mais pancada….

No seu modus operandi habitual, o governo veio ventilar nos jornais a possibilidade mais medidas de austeridade e anunciar os habituais receios de convulsão social.

Se houver mau estar, chegam-se atrás, se ninguém reagir vem mais chumbo grosso.

Filhos da p***.

O défice de 4,5%

Desde que foi eleito o governo tem-nos andado a vender a necessidade de cumprir escrupulosamente as metas de défice definidas com a troika aquando a celebração, com o FMI e a UE, do contrato de empréstimo externo – a que alguns chamam de “ajuda”. Para isso, e no meio do discurso do défice colossal, que ninguém percebia exactamente onde estaria (numa re-edição do já esquecido discurso da tanga dos primeiros meses do governo Durão Barroso), lançou mão de um conjunto de medidas, algumas prevista no acordo da troika, outras nem tanto, para a resolução do problema do défice.
Pelo meio, ficou-se a saber que afinal a grande surpresa negativa (o buraco colossal) vinha de um buraco escondido nas contas da Madeira, com um governo regional liderado pelo PSD desde a instauração da democracia.

Em face deste buraco, e da não concretização das metas de receita fiscal, decorrente da retracção da actividade económica que as políticas e discurso do governo motivaram, ficou evidente o risco de não se cumprir a meta dos 5,9% de défice definida com a troika para este ano.

Na lógica da aldrabice que tem vigorado nas contas nos últimos anos, o governo fez uso de um expediente conhecido – integrar os fundos de pensões, agora dos bancos, nas contas públicas, assumindo ao mesmo tempo as responsabilidades futuras associadas – ou seja, criando mais uma bomba relógio para resolver no futuro, libertando os bancos de um grande condicionalismo futuro, e ainda associando à operação umas benesses fiscais para um dos sectores que em termos relativos menos impostos paga em Portugal.
Deste modo, acabamos a fechar as contas com défice à volta dos 4,5%, muito abaixo da meta, e perguntamo-nos se isto era assim porque carga de água nos tinham que taxar quase 50% dos subsídios de férias. Passos veio explicar, para quem queira acreditar, que foi uma imposição da Troika para aceitar a incorporação dos fundos de pensões da banca nas contas públicas.
A nossa perda de soberania já chegou a isto.
Espanta também a docilidade com que o governo aceita sem discutir esta imposição da troika, mas por outro lado discute com o BEI o reforço de garantias na banca portuguesa.

Esta diferença de atitude define os princípios de funcionamento deste governo. Reconhecendo evidentemente a legitimidade com que foi eleito, não creio que seja legítima a defesa de interesses parcelares, deixando cair os interesses da nação como um todo, e sobretudo a defesa do povo que os elegeus.

Impostos sobre os ricos

Enquanto em Portugal a questão do aumento de impostos sobre os ricos (os verdadeiramente ricos, não quem ganha 1.500€ por mês) foi um fait divers que durou dois dias e terminou com um dos homens mais ricos do país (creio que Américo Amorim) a dizer que era também trabalhador, noutros países, apesar de terem uma situação menos crítica no défice público, a questão é debatida de forma estruturada e não avulsa.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Negócio EDP

Faz-me um bocado de impressão a forma como este processo está a ser gerido na esfera pública.

Sendo certo que a decisão final deve ser transparente e defender o interesse público, também acho que o processo negocial devia ser levado de forma reservada.

Não entendo por isso a facilidade com que estão a sair noticias para os jornais e se estão a tomar partidos por compradores específicos.
Que se está a transmitir?
A quem beneficiam estes soundbites?
Qual o seu real fundamento?
E quem são as fontes por dentro do processo que fazem sair informação?
E é normal potenciais compradores andarem a "mandar bocas" numa fase crítica de análise das propostas?

Tudo isto me cheira mal...

Desempregados e párias

Na lógica ultra liberal deste governo, a demonização do desempregado, visto como um tipo que não quer trabalhar e que por isso tem que ser apertado para não ser perguiçoso, é uma das pedras de toque.

A medida aqui anunciada insere-se nesta lógica de penalização de quem tem a falta de sorte (ou falta de cunhas, compadres, família conceituada, grupo de pressão,...) de perder o emprego.
Esta é também uma medida super eficaz de passagem de poder - e rendimento - do factor trabalho para o factor capital. Aliás, esta é uma das metas deste governo e significará (do nosso pontoi de vista, claro) um retrocesso económico e social de décadas.

Impõe-se mudar este estado de coisas...

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ai os malandros das agências de rating

No rescaldo de mais uma cimeira decisiva (já lá vão umas 5 ou 6 nos últimos meses), os "mercados", esses marotos, reagem como era de esperar: não acreditam em paliativos, nem nos resultados de geraldinas de austeridade.

Não sendo adepto de teorias da conspiração, começo a achar que tem toda a razão quem diz que os países do centro (e a Alemanha em particular) estão a arrastar a crise da dívida soberana de forma propositada para, ao abrigo da tecnicidade dos mercado, implementar um plano político que visará afinal tornar a maior parte da Europa sua dependente. O estranho é isto ser feito com a conivência dos governos dos países em má situação.

O problema disto é que, por muita lavagem aos cérebros dos povos que se façam, há um dia em que a vida da maioria se torna demasiado dura, a panela de pressão estoira e a coisa não acaba bem. A  história recente está carregada disto.

E este cenário devia ser de evitar a todo o custo ....

Baratas

O que acho fantástico nestes animas é a sua extraordinária capacidade de sobrevivência. Mal farejam a mudança da maré lá estão eles, com pleno sentido de oportunidades, a cavargar novas ondas.

Claro que os princípios éticos não são para aqui chamados.

E será que este é o presidente autónomo e independente que a EDP e os accionistas (incluindo o Estado português) necessitavam neste momento?

Atrevendo-me a uma generalização talvez fácil, este é também um dos problemas estruturais do país: uma elite que pensa em primeiro lugar no umbigo, sem qualquer sentido de pertença (nem sequer à nação), sem qualquer fidelidade, com um discurso ultra liberal mas sentada em tronos dourados a gerir monopólios naturais  ....

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A Banca é quem mais ordena...

Já há dias tinha comentado aqui alguns riscos destas negociatas da incoproração dos fundos de pensões nas contas públicas. Pelos vistos a situação era bem pior do que imaginava, e os bancos, como é habitual, terão obtido contrapartidas leoninas pela medida. No actual contexto de contenção, isto é ainda mais repugnante. Mas é nisto que se vê bem claro quem manda em Portugal.

A venda de 20% da EDP - os abutres movimentam-se

Aproximamo-nos da fase decisiva do processo de venda dos últimos 20% da EDP na posse do Estado, e as movimentações começam-se a fazer sentir, bem como a confusão. Reproduzo 2 títulos de jornais de hoje que apontam para valores de venda um bocado distintos ....

Ir matando o RSI

Uma das grandes linhas de actuação deste governo desde que foi eleito foi a da promoção do assistencialismo, em detrimeto das medidas de redistribuição (algumas delas directas) típicas do Estado Social.
Esta é mais uma medida inserida nesta estratégia.
Sendo certo que o RSI pode ter sido por vezes mal controlado na sua atribuição, o controlo da sua boa utilização é algo de bem diferente da criação de obstáculos ao seu acesso, que é o que subtilmente o governo estará a fazer. Aliás, a verdade é que toda a direita sempre digeriu mal esta medida e está a aproveitar a ocasião para dar cabo dela.
Mas isto é consistente com um governo que prefere filosoficamente a sopa dos pobres ao estabelecimento de condições objectivas para algumas famílias sairem da "cepa torta".

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

PSD, CDS e PS aprovam renovação extraordinária dos contratos a termo

A partir da notícia do Público que pode ser lida aqui.

Mais um capítulo do concertado e consistente desmontar do modelo social em que vivíamos. A pretexto da crise, e sob a habitual capa da transitoriedade  e excepcionalidade, lá vai mais um preguinho no caixão dos direitos do trabalho....

O euro - últimos capítulos

Creio que o plano Mercozi agora em debate será mais um rotundo fracasso, tanto mais que continuam a subir a fasquia e agora ao que parece esperam que todos os países alinhem em coisas simples como submeter orçamentos nacionais aprovados a terceira entidades, supranacionais, ou colocar limites aos défices nas constituições de todos os países.
Nem todos são como o Passos Coelho e acredito que a maioria dos primeiros-ministros europeus recusarão liminarmente este tipo de coisas. Nem todos preferem o papel de "bom aluno" ao de defensor dos seus próprios interesses. E poucos estarão disponíveis para ceder a chantagens.
Penso que o euro está condenado.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Quais pais natais, quais renas, quais trenós… o que vende são gajas!!!





Um destes dias, este cartaz chamou-me a atenção, no meio de uma molhada de cartazes colocados nuns taipais desses eternos que pululam pela cidade.












Numa  montra de uma loja de brinquedos (!) deparei-me com esta fatiota de “mãe-natal”.
(Nota importante: tratava-se mesmo de uma loja de brinquedos para crianças).









E por fim, ontem surgiram oscartazes da campanha de natal da Triumph….




Humor negro para publicitário

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

As linhas paralelas

Encontrei este fantástico início de artigo na revista Visão da passada semana, no qual o autor concebe linhas paralelas que se aproximam e afastam......

Saída do euro?

É curioso como esta hipótese, absolutamente "herética" há algumas semanas, é hoje posta de forma tão aberta...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Ah!Ah!Ah! da S&P

É tão bom quando 2 países decidem pelos restantes… cadê a Comissão?....E é tão evidente que já é assumido sem pudores este processo de decisão….
A merda é que esses cabrões das agências de notação não compreendem esta forma de funcionamento, nem acreditam que o caminho sabiamente proposto nos tire do buraco. Enfim, uma maçada … mas nada que coloque dúvida alguma a estes líderes iluminados.

Jornal i, mais um exemplo de comunicação independente

Qando uma das notícias do dia é a de aumentos superiores a 100% na maioria das taxas moderadores este é o título do i……

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A Face Oculta

Esta é a face oculta dos espectaculares encaixes que o Estado obtém com os fundos de pensões (já aconteceu com a PT, com os CTT, etc).... é que no ano em que se conseguem é fantástico e durante décadas terão que ser suportados por todos nós.

Para quem os vê sair das suas contas, tem que ser explicado no ano, mas constitui a eliminação de um grande lastro das contas futuras.

Para fechar este expectacular circulo, usa-se a massa para voltar a meter nos bancos, pagando as dívidas das empresas públicas. O DE, com a sua habitual candura, diz que se devolve a massa à economia - como se sabe os banco estão neste momento a emprestar à economia como se não houvesse amanhã.

Agora só faltam os cretinos do costume aplaudirem de pé.....

A Submissão

A política do nosso governo tem sido de submissão aos interesses dos credores, fazendo o papel de bom aluno. Na prática isto significa massacrar os seus em prol de uma imagem de bom comportamento para garantir a manutenção dentro do sistema - dentro do euro e com acesso a financiamento, mesmo que a preços elevados.

Aparte isto já ser algo mais do que discutível em si mesmo, torna-se uma estratégia suicida quando quem a sustenta reconhece que a mesma é desenvolvida num ambiente de grande incerteza, que faz com que não seja nada evidente que mesmo massacrando o povo o objectivo seja obtido.

Considero por isso, que a manutenção e aprofundamento desta linha é criminoso, e fico perplexo com a defesa que muitos continuam a fazer deste modelo. Se não querem quebrar totalmente a linha geral traçada (que é a do governo) ao menos procurem contestar, não admitir tudo, não dizer amén a tudo o que a D. Merkel diz, bolas.

Abaixo vai mais um capítulo.