quinta-feira, 29 de março de 2012

Que podridão...

Tanta treta da crise, e dos gastos e da necessidade da racionaldiade, e tal, e afinal nada muda...Continuamos uma repúbica das bananas (dos bananas?)


PQP

Mas o que é que isto interessa?

Fico sempre um pouco perplexo com o interesse que a figura de Salazar continua a despertar, 50 anos depois.

Primeiro foi aquela estupidez do nome do vinho (que agressão à malta que levou tareias nas suas prisões) agora o e-nésimo artigo de fundo sobre o personagem.

Nestes tempos falar de Salazar é dar corda aos saudosistas e aqueles que o querem reabilitar.

Eu sei que é uma figura relevante, quanto mais não seja porque ainda hoje a ele se deve parte do nosso atraso e de uma cultura de subserviência e de "comer e calar" instalada, mas não seria tempo de enterrarem o homem de vez?

segunda-feira, 26 de março de 2012

Gaspar, um tipo sério

É incrivel os favores que os editores dos jornais estão dispostos a fazer, às vezes sabe Deus em troca de quê.
A manchete desta semana do Expresso é neste âmbito paradigmática ao querer associar à imagem já engolida pelo publico de competencia técnica do Gaspar, o talibã do neoliberalismo, uns laivos de seriedade e pseudo distribuição de sacrifícios, quase a la Cavaco.
Mete um bocado nojo.
Safa-se o jornal com o artigo de opinião do Nicolau Santos sobre o mesmo personagem, onde lembra que Gaspar não é nosso minsitro mas a pessoa da confiança da Troika para controlar as nossas contas - nem parece dele (do Nicolau), mas subscrevo completamente.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Oportunidade? Para quem?

É muito engraçado que, no meio do discurso politicamente correcto, no qual a intervenção da Troika tem uma aura de salvação da nação, chamam-lhe aliás "ajuda externa", há de vez em quando uns deslizes de linguagem que nos permitem ler o essencial.

Um dos opinadores mais ouvidos e respeitados pelo mainstream, Vitor Bento, dá uma entrevista ao jornal de Negócios que chama para título de capa citando o pensador "A Toika ainda não é uma oportunidade perdida".

Mas a Troika não era uma inevitabilidade? Agora já é uma oportunidade. Mas oportunidade para quê?
Alguns items de resposta, avançados livremente por mim:
  • Para baixar ordenados
  • Para mudar a lei do trabalho
  • Para privatizar o que falta das empresas públicas
  • Para privatizar a saúde e a educação
  • Para destruir o Estado social
Uma oportunidade para impor um programa de mudança social e económica impossível de implementar se fosse objecto de escrutíneo público.

O bloco central no seu pior....

Ainda a greve geral

Estava para fazer um post sobre a greve geral de ontem, abordando os incidentes havidos na baixa de Lisboa que acabaram por centrar todas as atenções, quando li este post no Bitaites que diz o mais importante (e bem melhor que eu faria).








Aproveito ainda para cruzar com um dos títulos de capa do jornal i de hoje....


... e ainda há quem ache que a Greve não tinha justificação.

O fim do cerco a Merah

É insólito que os jornais de hoje não tragam referência de 1ª página ao final do cerco ao jiadista que matou (presumivelmente) 7 pessoas em França.
Bem sei que houve greve geral e havia que dar destaque, mas nem um chamadinha de pé de página? Parece que vivemos num planeta à parte.

Por outro lado, lá veio a tendência entre alguns bloguistas/comentadores para o autoritarismo, para considerar este jovem, que cometeu crimes lamentáveis e graves (é absudo não o ver assim), como a perfiguração do mal absoluto, ao qual não se reconhece por isso qualquer direito e que há que abater como a um cão, julgando que desta forma ficam resolvidos os problemas. Para quê dar ao trabalho de apanhar o gajo e julgá-lo? Um tiro na cabeça e é um descanso. Alguém acredita mesmo que com o dispositivo montado este fim era mesmo inevitável? Recordo que o tipo não se suicidou, levou um tiro na cabeça.

E mais uma bela tendência: Sarkozy terminou anunciando mais uma limitaçãozinha à liberdade na Net - vamos criar leis para punir penalmente quem consultar (já não é sobre os criadores, é sobre quem consulta) sites que incitem ao terrorismo. É o princípio da criação de uma polícia do pensamento, à moda do 1984 de Orwel.

quinta-feira, 22 de março de 2012

O fim do projecto de alta velocidade

O governo aproveitou o chumbo do Tribunal de Contas do visto prévio ao contrato de concessão para por fim a um projecto que quis matar desde o primeiro momento.

Sem ser um especialista na matéria, sempre me pareceu que os projectos inciais de alta velocidade eram um perfeito desvario (a última versão do governo Durão era absolutamente surrealista pelo disparate de dimensão da rede proposta).

No entanto, entendo que esta linha Lisboa-Madrid era provavelmente justificada, não apenas pelo nível de integração que existe hoje com a economia espanhola (gostemos ou não), mas também porque era uma ligação ferroviaria decente com o resto da Europa, e diminuiria a sensibilidade da operação de tráfego aéreo na Portela, agora ainda maior com o atirar para as calendas dos prazos de construção de um futuro aeroporto.

 Com a decisão tomada levantam-se agora vários problemas importantes: não estaremos a "deitar fora" um montão de dinheiro de fundos comunitários que haviam sido atribuídos para esta finalidade?
E que negociatas irá gerar a pressão dos privados para serem ressarcidos de gastos em que já incorreram, e eventualmente em prespectivas de lucros que deixam de se concretizar?

Acho que todo este processo ainda dará muito que falar, e dificilmente pelas boas razões.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O empobrecimento

Este título é muito representativo do que vivemos hoje e da política do "empobrecimento para ficar competitivo".

É demonstrativo de uma outra realidade importantíssima: sempre que alguém empobrece há outro alguém que disso beneficia.

É lá possível...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Um país em saldo....

Porque será que esta ideia me cheira a esturro?

Haverá "patos" que neste enquadramento queiram ficar com activos relacionados com imobiliário (leia-se, um bocado tóxicos)?

Ou será que há investidores que metem o dinheiro e por detrás haverá a habitual garantia dos contribuintes?

sexta-feira, 16 de março de 2012

Mas que raio de desculpa é esaa

...e que raio de notícia é esta.

A falta de vergonha desta malta é incrível

Este artista é incrível.

E o governo ainda vai avaliar se é incompativel trabalhar para o governo e estar na gestão de um dos maiores grupos nacionais.

A falta de vergonha é tal que já se faz tudo às claras. A captura do interesse público pelos grandes grupos já nem tem que ser disfarçada. É pornográfico.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Subsídio de desemprego para recibos verdes

Sendo por princípio favorável a esta medida, a sua adopção significa também a aceitação por parte do Estado de que os recibos verdes são objectivamente uma forma de aceder a trabalho permanente sem obrigações para o "empregador", encapotado em falsas prestações de serviços.
Já sabiamos que era assim, mas choca-me a sua aceitação.

A desigualdade na distribuição dos sacrifícios - mais um caso simbólico

terça-feira, 13 de março de 2012

É impressão minha ou o governo começa a derrapar?

Tenho a sensação que o governo está a começar a derrapar. São as trapalhadas com a gestão dos fundos comunitários, é a confusão com a Lusoponte, é o Álvaro que está por um fio....

... e agora o Secretário de Estado da Energia que se vai embora por evidente pressão da EDP.




Assim se gera sucesso em Portugal.... ou à custo directamente do Estado, ou da captura do interesse público pelos tubarões. E quem lhe faz frente é afastado sem qualquer subtileza. Assim não vamos a lado nenhum....


segunda-feira, 12 de março de 2012

O Álvaro anda mesmo com azar....

... ou a n-ésima notícia de investimento estrangeiro de grande dimensão, que afinal era uma grande treta.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ainda as portagens de Agosto da 25 de Abril

Este processo cheira mal, e o governo fez asneira, ponto final.
Não entendo como ainda falam de algo em que deviam estar calados.

Num país normal o Secretario de Estado tinha-se demitido ou o Primeiro Ministro tinha-o posto fora, e a seguir o senhor tentaria defender a sua honra na praça pública (ou em tribunal), se houve alguma para defender.

Num contexto de aperto como o actual, mandar pagar à Lusoponte 4,4 M€ (porque o que houve foi uma ordem expressa do Secretário de Estado à EP) depois ter sobrado portagens é Agosto, é uma verdadeira agressão a todos os cidadãos pagamentes, é um autentico fartar vilanagem.

Cobardia

Esta declaração, lançada nesta altura, com o Socrates (por quem não tenho simpatia diga-se) longe, em tempos dificeis, e em que a popularidade do próprio Cavaco está por baixo, é de uma cobradia inacreditável.

Tenho também o receio que se esteja a preparar o terreno para mais austeridade, atirando desde já o ónus para o passado.

Cavaco no seu pior....

Lucros da EDP - Crise? Qual crise...

É a estratégia internacional que gera os lucros, claro que sim... Eu só sei que nunca paguei tão cara a electricidade - e é o Iva mas não só.

De notar que os chineses ao fim de 2 meses recuperaram já quase 10% do investimento. Muito bom....

E num contexto de aperto do país, andamos alegremente a exportar capitais em valor distribuído pelos accionistas.

Venham depois falar em distrivbuição dos sacrifícios....

quinta-feira, 8 de março de 2012

Talvez valha a pena comprar a Sábado desta semana

Pobrete mas alegrete

Adoro esta preocupação com a forma como devo gastar o meu dinheiro em tempos de crise.


Adoro esta visão positiva das coisas.

Adoro que me tratem como um atrasado mental (sem ofensa) que não se consegue governar e precisa dos 31 conselhos para reduzir os gastos no dia-a-dia.

Isto cheira tanto a bafio...

terça-feira, 6 de março de 2012

1984

Nas últimas semanas li um dos livros mais conhecidos de Orwel, "1984", corrigindo uma deficiência significativa de cultura geral .

Embora tenha sido entendido na altura em que foi publicado como uma crítica aos regimes comunistas, é curioso como acho que há várias características daquela sociedade tenebrosa descrita no livro que penso que têm um paralelo com a sociedade actual:
  • A tendencia para o esquecimento / ignorancia da História e criação de uma sociedade sem memória, essencial para a sua manipulação. O que se está neste momento a passar na Europa, com as crises da dívida soberana, e as decisões subsequentes, não está a ter em conta que no passado recente conflitos deste género foram a semente de 2 guerras mundiais, com consequencias catastróficas para todos;
  • Duplipensar - este conceito fantástico de dizer uma coisa e o seu contrário, conforme dê jeito, acho que é uma característica do mundo de hoje. Por exemplo, falar de cumprimento do défice "custe o que custar" e ao mesmo tempo de retoma económica e preocupação com o desemprego mais não é do que duplipensar, em toda a linha.
  • O esgazeamento com que as pessoas andam - outra característica da sociedade de hoje, que vive do soundbite, do que passa nos média, de preocupações tão fugazes quanto o tempo em que se consegue vender qualquer coisa com elas, conduzindo a uma vida levezinha de preocupações mas cheia de problemas.
  • A polícia do pensamento - ainda não chegamos ao nível da sociedade do Grande Irmão, mas o que pensar da tecnologia hoje desenvolvida que rastreia tudo o que se diz ao telefone? Ou da tendência para o estabelecimento de restrições na net? Ou de Guantanamo? - só para dar alguns exemplos...

Isto de facto não é um governo...

... é uma comissão de gestão das medidas da Troika. Até a gestão do Qren fica nas mãos das finanças.

O vazio das não notícias

Em dia de aniversário do Público (ontem), li aqui um editorial muito interessante do José Gil, que acho vale a pena partilhar.

sábado, 3 de março de 2012

Que diferença de atitude...

Bem sei que o peso relativo de Portugal e Espanha no contexto europeu é muito diferente. Mas enquanto em Portugal os consensos que procuram à volta da austeridade e a política é a do conseguir as metas da troika custe o que custar, em Espanha o Rajoy, com um governo à direita e também adepto da austeridade, afirma uma posição completamente contra-corrente, e fala em autonomia na definição do caminho a seguir (ainda essa autonomia esteja condicionada no contexto da moeda única).

Talvez esta atitude até um pouco contra-natura no Rajoy esteja alicerçada na panela de pressão social que de algum modo deve existir em Espanha, a que ele quererá reduzir a pressão. Mas de qualquer forma que diferença....

quinta-feira, 1 de março de 2012

O caminho do controlo da net?

Bem sei que a internet é um mundo onde (também) se promovem crimes, atrocidades vários, explorações, etc.... como na vida real.

Mas não é verdade que esses crimes têm que ser previnidos e controlados na vida real.

Estas abordagens cheiram-me sempre a conversa para convencer a malta que, em nome da segurança, também a net tem que entrar na ordem.... Já vimos esse filme com o terrorismo - em nome da segurança criou-se Guatanamo, faz-se rastreio às comunicações globais sem pedir autorização a ninguém, e paulatinamente vai-se abdicando do direito à privacidade, à intimidade, a fazer o que se queira sem dar cavaco a ninguém.

Temo que o mesmo se possa estar a passar com a net......

Há tipos que são uns verdadeiros palhaços

É inacreditável o que estão a fazer ao Àlvaro.

E há tipos que se submetem a coisas inacreditáveis.

Depois de sacarem os fundos estruturais ao ministério do Álvaro, para o entregarem às finanças, eu creio que o homem não tem outro caminho que não seja pedir a demissão, não?

É incrível que nem o FMI tem o discurso do custe o que custar....