quinta-feira, 29 de novembro de 2012

E assim se confirma a vontade de privatizar o ensino

Talvez tenha sido o aspecto que mais mexeu comigo na entrevista de ontem do PM: a assumpção clara de que o bolo do ensino é demasiado apetitoso e a privatizaçao é o objectivo.
Temos agora certo que, de depender do Dr Passos, a classe média passará a pagar os estudos dos seus filhos, as classes altas continuarão a meter os filhos nos colégios de elite como actualmente, e ao estado ficará reservado o papel assistencialista, com a provisão de um serviço mauzinho porque subfinaciado, para garantir que os pobrezinhos aprendem a ler, a escrever, e aprendem uma profissãozinha.
E assim se vai matar alegremente o maior factor de coesão e mobilidade social criados após o 25 de Abril.
Isto é sem dúvida uma mudança (reforma?) estrutural ... para um país mais desequilibrado, mais pobre, mais injusto, mais violento....
Somos mesmo governados por filhos da p#ta.

Dumping fiscal - versão reformados estrangeiros

No mesmo país onde as reformas estão a ser selvaticamente cortados, o governo prepara-se para isentar de impostos os reformados estrangeiros.
A propósito desta notícia vale a pena ler o excelente artigo da Clara Ferreira Alves na revista do último Expresso.
Num futuro próximo seremos um país onde os reformados portugueses viverão no limiar da pobreza e os seus filhos serão criados dos reformados ricos do norte da Europa.
Que lindo plano para o país...

São cada vez mais os economista de referência que alertam para o desastre


O "Homem da Razão" (de Da Vinci) no Metro


Achei a capa do Metro de ontem engraçada, mas é impressão minha ou a colocação de calções no boneco é doentia (para não dizer perversa)?

Cada vez admiro mais os egípcios

... e acho que nos está a falta este desassossego, esta vontade de mudar e de que esta mudança seja orientada pelo povo. Não sei se aquilo acabará bem, mas que as pessoas comuns condicionam fortemente a evolução dos acontecimentos, condicionam.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A política deste governo é criminosa ... MESMO


Já agora uma pequena nota adicional de pé de página: gostaria de ver agora a muito católica Dra. Jonet defender o valor da vida e compatibilizá-lo com a cultura de cortes e pobreza que tão entusiasticamente tem vindo a defender.

A defesa da coisa pública segundo o governo Passos

Isto, que seria sempre inadmissível, é especialmente chocante no âmbito de cortes generalizado, nomeadamente no apoio social publico mais básico.
Trocam-se contrapartidas de 490 milhões por 150.
O melhor dos mundos para os privados com a captura às claras do interesse público.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Dividir para reinar

Quando se quer quebrar uma força nada como dividi-la.
Depois de cortes nos salários mais altos do sector público em 2011 (até 10%) e da retirada dos 2 subsídios em 2012, uma leitura ligeira deste título faria pensar que os sacrifícios incidem sobre o sector privado.....

Golpe de teatro nas eleições na Catalunha



Quando Mas e a sua CiU esperavam, à boleia da austeridade geral e do ênfase na questão da autonomia, reforçar o seu poder, eis que os eleitores reforçam a questão soberanista, com a subida da Esquerda Republicana, e ao mesmo tempo penalizam o próprio Mas e a sua política de austeridade.

Brilhante.

sábado, 24 de novembro de 2012

O regulador regulado


A subserviência do Banco de Portugal aos bancos cuja actividade é suposto supervisionar começa a ser escandalosa.

Quando as leis não são como queremos...


... mudam-se as leis.
Pouco a pouco a nossa democracia vai perdendo forçar.
Um destes dias acordamos e estamos num estado policial, com o direito à manifestação condicionado, a liberdade de expressão limitada e os cidadãos controlados por todas as vias.

Romper com o pensamento único


Excelente intervenção inicial do economista Alexandre Abreu no Opinião Pública da SIC, quebrando com sintonia dos comentadores do costume.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O ataque ao modelo social português - nova fase

Castiga-se de novo a função pública (só mais um bocadinho).
Baixa-se o IRC (as receitas do Estado há que sacá-las a esses malandros que trabalham).
Continua-se a apadrinhar a irresponssabilidade banca (que na verdade há muito manda no país).

Isto sim, é governar para as pessoas.

(se vier a haver retoma)...

Todas as estimativas estão a falhar, todas metas saem furadas, mas continua-se a vender que a coisa está a correr bem (veja-se a 6ª avaliação da troika). Falta só saber que critérios fundamentam esta avaliação.

Este Relvas não existe


O Sr. da Ponte até foi escolhido por ele mas agora está a revelar opiniões divergente. Uma chatice!!

domingo, 18 de novembro de 2012

O estado a que chegámos





Humorzinho ordinário



O cartaz de "candidato" poderia acrescentar "por metade do ordenado".
Subtilmente vai-se depreciando a acção colectiva (a manifestação, a associação dos trabalhador por melhores condições de trabalho), passa-se a ideia de que cada um deve olhar para si mesmo e manter a "bola baixa" porque o importante é ter trabalho.
Mais genericamente este é justamente um dos efeitos esperados da austeridade (e na verdade assumidos pela Troika) - baixar os salários através da fragilização do papel do factor trabalho.
Repugnante.

Sim, os fundos estruturais foram mesmo o nosso maior problema


Da adequação da acção policial

                                Foto de Nuno Botelho

                                 Foto de Tiago Miranda
                                 Foto de Rafael Marchante (no Cais do Sodré)

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Ecos da greve geral

Depois de um dia de greve geral, pela 1ª vez organizada em vários países europeus simultaneamente, que era uma greve também de propostas (e não meramente de protesto como ouvi ao execrável João Proença da UGT), a única coisa que vi nas capas de jornais de hoje foram os aspectos violentos que um conjunto de arruaceiros provocaram depois de terminada a manifestação propriamente dita.

Sem estar a defender a  violência, que é sempre lamentável, este acentuar noticioso de aspectos laterais penso não ser inocente.



Em Espanha houve também greve, manifestações e alguma violência à margem das manifestações. Vejam como são noticiadas no El Pais...


Triste país este


Para o governo isto é ajustamento.

Para as pessoas uma vida de desespero.





Para o governo isto é sair da zona de conforto.

Para as pessoas isto é o assumir que o seu próprio país não tem espaço para elas.





Para o país isto é o caminho para o abismo.

A empresa do PM e o país




A chatice é que estas habilidades não se transpõem para a governação do país.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Não Sr. Ministro, é ideologia mesmo


Enquanto não renegociar a dívida que impõe juros equivalentes aos custos dos 2 maiores ministérios não venha com lérias - a refundação não é aritmética, é ideologia MESMO.

Como é bom impôr a austeridade aos outros....



O conteúdo destas 1ªs páginas dá bem conta do estado a que chegámos - é esta senhora que governa Portugal.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Na verdade o consenso nunca foi um objectivo em si mesmo


... apenas um expediente para tentar envolver o PS no odioso dos cortes .

"Hospitais na penúria"


Este é mais um passo essencial para avançar com o que há anos está planeado e vai sendo paulatinamente concretizado: privatizar os serviços de saúde, abrindo à ganancia dos privados (essencialmente os grandes grupos financeiros) os importantes recursos que os cuidados de saúde implicam.

Tornar os serviços de urgência um caos é muito importante para reforçar a ideia de que a alternativa privada é que permite aceder a cuidados adequados.

Não se pense que este racionamento irracional resulta de incompetência - apenas concretiza uma estratégia.

Ora bem (manda mesmo).....


Isabel Jonet - tratado sobre a estupidez

... ou "da educação dos pobrezinhos".


Inqualificável.
Pode ser óptima a gerir o BA mas é uma imbecil.


terça-feira, 6 de novembro de 2012

E quem passa a prestar os serviços?

Espera, já sei. Põe-se o mercado a funcionar, concede-se a exploração a alguém sem qualquer preocupação pela qualidade do serviço a prestar, cobre-se o risco com a garantia de monopolio e o pagamento de uma indemnizaçãozinha por utilizador. Perfeito como nos filmes.
Pequeno senão - o Estado provavelmente acabará a pagar mais.
Com isto não digo que todas as empresas públicas são óptimas e não há nada a fazer. Apenas digo que a opção pela "privatização" dos serviços é uma solução boa para servir interesses instalados (mais uma vez) e potenciar "negócios da china". Por outro lado, estas análises levezinhas das perdas das empresas ignoram os motivos porque algumas destas empresas estão no fundo - muitas vezes resultado de opções políticas (algumas muito discutíveis) cujos custos foram a seu tempo olimpicamente chutados para as próprias empresas.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O PS e a alternativa

Na minha opinião a principal razão para a resiliência que o governo apresenta relaciona-se com a inexistência de uma real alternativa às actuais politicas no PS. E as constantes conversetas de gabinete entre Passos e Seguro em nada ajudam à ideia de que existe uma alternativa à esquerda - posto que os partidos à esquerda do PS não têm (pelo menos actualmente) peso eleitoral que lhes permita governar sem o próprio PS.
De facto, para este governo cair o PS terá que assumir uma clara ruptura com as suas política que se traduz pelos menos no seguinte:
  1. Defesa da renegociação dos empréstimos, em condições e prazos, sob pena de termos um país inviável (esta parte acho que o PS já percebeu);
  2. Recusa das refundações ao memorando e das reformas do papel do Estado, que aliás os eleitores não votaram, nem querem. Neste momento parece que o PS mais do que discordar não quer assumir o custo político destas opções;
  3. Defesa da aposta no apoio ao investimento produtivo em bens transaccionáveis (sobretudo dirigidos à exportação), baseando a competitividade do país na capacidade produtiva e na tecnologia e não em salários baixos e dumping fiscal. O que se tem ouvido do PS a este nível é tão vago que assusta.
  4.  Absoluta necessidade de tornar externamente explícito (nas negociações) que se não há apoio dos financiadores a este caminho, só nos resta pedir o mesmo apoio mas para sair do euro, única forma de termos um país independente a médio prazo.
O actual discurso do PS, pouco claro e sempre disposto a pontes com um governo em desvario, a bem de uma estabilidade política bolorenta, significa o assumir que o PS acaba por subscrever o caminho actual, ainda que com mal estar interno.
Enquanto isto suceder, teremos governo, e se nada muda teremos governo até cair de podre. Nesse dia o PS chegará ao poder, mas já poderá sobrar pouco para governar..... 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Mais uma...

foto do catano...

e link para mais um excente post no Bitaites.

Um país de joelhos

Este governo que já fazia tudo o que os credores lhe mandavam, acaba de dar mais um passo em frente, pondo o país de joelhos perante os referidos credores, ao deixar que sejam eles a definir as suas próprias opções políticas.

Isto é, para além de significar a assumpção da sua incompetência para a função, esta atitude deixa em suspenso a própria democracia: quem votou PSD e CDS votou nos seus programas, não no programa do FMI.
Este governo a partir daqui não tem sequer legitimidade democrática para continuar, e o Presidente da República, que continua a fingir de morto, devia intervir....

Não entendo nada disto

Na 4ª feira noticiava-se como os portugueses estavam a poupar como há décadas não acontecia.
Hoje, vários jornais escrevem que em Setembro se levantaram depósitos a prazo como nunca. Será que estão a meter a poupança no mercado de acções? Ou em fundos? Ou a meter o dinheiro debaixo do colchão?

Espanha como nós, com alguns meses de atraso



É incrível como, do mesmo modo que Portugal está cerca de 1 ano desfasado da Grécia em termos do desgraçado processo de empobrecimen... ajustamento, a Espanha mesmo sem intervenção externa formal, segue o mesmo caminho com meses de atraso, até nas medidas mais imbecis....


Um post permonitório

Este meu post era permonitório...


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O programa sempre foi este, a Troika só ajuda a anticipar


Vale a pena relembrar para onde vão os nossos impostos (vide este post) para se perceber o tipo de opções e em quê afinal o governo não quer tocar...