quinta-feira, 30 de maio de 2013

Uniãozinha da treta



Crise atrás de crise, austeridade em cima de austeridade, até à implosão final.

O centrãozinho.....



O grande engano

Criou-se esta moda de "vender"que a solução para muitos dos problemas económicos do país, e nomeadamente para as situações de desemprego, está no empreendorismo e na procura de soluções individuais - até chegar ao ridículo da nomeação feita pelo ex-ministro Relvas para a promoção do sector (sim, estou a falar do rapaz do norte que falava em "bater punho"...).

Sem por em causa o mérito de quem arrisca e procura montar o seu próprio negócio, a verdade é que esta será sempre uma solução para uma minoria e supõe condições de princípio muito importantes (ter capital, por mínimo que seja, ter uma boa ideia, ter o know-how necessário, ter o aconselhamento correcto, ter sorte, etc).

Ou seja, está bem que se valorize o que existe, acho bem que se apoie, mas é ridículo achar que é isto que vai resolver o problema do desemprego, ou tirar o país da lama.

Para além disso, estas reportagens costumam ser algo optimistas e centrar-se exclusivamente nos casos de sucesso, esquecendo que uma boa parte destas iniciativa (provavelmente a maioria), por um motivo ou por outro, não chegam a ser bem sucedidas.

terça-feira, 28 de maio de 2013

"Pesadelo em Portugal"


O artigo de Paul Krugman está já largamente difundido na blogosfera. De qualquer forma se o perdeu, está aqui.

Funcionários públicos - de trabalhadores com segurança no emprego a precários em menos de nada


 O que há alguns (poucos) anos seria impensável, conseguiu este governo colocar na ordem do dia em menos de 2 anos.

Os despedimentos de funcionários públicos são já tomados como um dado adquirido, e o que se discute é só se terão os mesmo direitos que os trabalhadores do sector privado ou menos ainda.

Um país gerido a partir de fora....


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Da legitimidade da governação


Não sou dos que confundam resultados de sondagem com  eleições.

Mas quando o programa político seguido em 2 anos é o determinado pelos memorandos sucessivos da Toika, é evidente que estes números devem questionar até que ponto há legitimidade democrática no que se está a passar.

E mais quando os conflitos com a Constituição começam a ser uma constante.

Sim, porque resultados deste tipo tipo não admitem 2 interpretações: o povo, os cidadãos, os eleitores para quem esta gente (o governo) era suposto estarem a trabalhar, começam a estar MESMO fartos.

Após a Alemanha entrar em recessão, quanto tempo será necessário até estas luminárias mudarem de ideias?


Ou acharão que só acontece aos outros?
E o que farão quando lá chegarem? Imporão austeridade aos seus?
E os alemães admitirão?
Para já o crescimento já é inferior a 0,5%....


sábado, 18 de maio de 2013

2 anos de retrocessos


Ao fim de 2 anos (apenas) de Troika no país, pagamos os empréstimos com "língua de palmo".

Neste período os portugueses que dependem do seu trabalho (ou de pensões) perderam parcelas significativas do seu rendimento, os impostos aumentaram brutalmente, a economia encontra-se em queda livre, o desemprego disparou... enfim para a generalidade dos portugueses tudo piorou.

Sob a capa de balelas como "gastos acima das possibilidade", "oportunidades em tempos de crise" e "caminhos inevitáveis", eliminou-se o debate sobre as opções políticas concretas, as opções de país que se quer construir e de futuro que se quer ter, e centrou-se (ainda mais) todo o esforço na discussão do curto prazo, na barbaridade que o governo quer fazer a seguir, na avaliação seguinte da Troika, nas medidas e cortes adicionais necessárias após cada meta falhada...

Temos mais 2 anos de governo Passos pela frente, um presidente que é defensor do status quo e um país refém do medo do que aí vem.

Temo o pior.

Gostava que houvesse um levantamento contra este estado de coisas. A solução está claramente em meter medo a quem hoje nos quer amedrontar.Tenho a certeza que a solução está na rua, na vontade da maioria. Mas como a fazer expressar?

Que grande desafio para a democracia.

Um cabrão... também privadamente, pelos vistos


Num país de turismo, esta proposta tem uma lógica de ferro


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Ora aí está um belo modelo económico para o país ....


... parte do valor criado é oferecido ao estrangeiro.
Acham mesmo que num país do 1º mundo isto acontecia?
É uma pena que neste caso não haja preocupações com repartição do esforço de ajustamento. Isso faz-se com os reformados, os desempregados e em geral com os gastos sociais.
Quem tempo poder económico é quase intocável. E se for estrangeiro, mais verdade isto será....

Pobrezinhos....

Depois deste corte, o salário médio rondou os 750 mil euros ano, o que é só cerca de 111 salários mínimos, ou 67 salários médios nacionais.
Chamem-me o que quiserem, mas estes vencimentos são um insulto ao bom senso e à dignidade de quem ganha um salário normal - e não me venham com a treta de que são privados e pagam o que acharem bem.

Conversa da treta




domingo, 12 de maio de 2013

Regresso aos mercado - a vitória de Pirro


A direita andou dois dias animadíssima por se terem conseguido colocar obrigações a 10 anos, fazendo crer que isto é o resultado positivo do programa de austeridade seguido.

Esquecem referir no entanto que isso foi conseguido com uma taxa de cerca de 5,6%, ou seja, a um preço astronómico que ajudará a empobrecer ainda um pouco mais o país.

No entanto, com perplexidade minha, um montão de comentadores da praça - na ala direita é quase unânime - considere isto uma notícia excelente... só se foi para os bancos e fundos que emprestaram o dinheiro...

Guerra? Qual guerra se nada muda?


Que exemplo tão pragmático da porcaria de governo que temos


segunda-feira, 6 de maio de 2013

O polícia bom?

A postura de Paulo Portas na intervenção de ontem confirmou aquilo que já se esperava: é um autentico artista do trapézio, tentando passar por moderador de um governo de radicais, e garante de uma defesa mínima dos direitos das pessoas.

Evidentemente que o seu discurso é muito mais inteligente que o de Passos, e percebe-se a posição de princípio distinta numa posição de  defesa do que considera o interesse nacional face à troika.

O problema é que, com o Presidente da República que temos, Portas e o CDS são os únicos que, em condições de normalidade poderão derrubar o governo. E ao não o fazerem estão fatalmente a avalizar aquilo com que pelos vistos dizem em muitos aspectos não concordar.

Para a história, e penso que para os processos eleitorais futuros é isso que contará, por muito que Portas seja um artista de equilíbrios precários.


Jornalismo de sarjeta

O Correio da Manhã há uma semana que anda a colocar notícias desta senhora e da pertença relação com um famoso jogador de futubol na 1ª página.
Todos os dias ... durante uma semana (normalmente fotos com um pouco mais ordinárias que a de hoje) ... e eu garanto porque todos os dias vejo as 1as páginas dos jornais.
Admito que com isto consiga vender mais meia dúzia de exemplares, mas a credibilidade que eventualmente ainda tivesse desaparece por completo.
PS: E isto não tem nada a ver com algum eventual moralismo bacoco - foi mesmo ultrapassado o mais primário bom senso.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A brutalidade continua

Mais um episódio de brutalidade sobre quem trabalha, mais uma vez ao que parece com especial enfoque nos funcionários públicos (esses classes de malandros) e reformados.

Ainda não são conhecidos os contornos de mais este pancada (Passos Coelho só fala às 20h), mas já se sabe que para este governo há que manter o ritmo de destruição da sociedade como a conhecemos, aproveitando o momento para mudar de forma permanente as relações sociais, cavar clivagens entre ricos e pobres, entre quem detém o poder financeiro e quem trabalha, entre quem manda e quem obedece, deixando as águas separadas para que ninguém tenha ilusões.

Este é já um dos governos mais reles da nossa história. Estamos a cair no abismo. A  luta contra este estado de coisas é uma urgência.