quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Crise na coligação?

O CDS tem sido de facto muito mal tratado nas últimas semanas, com o anuncio de decisões que contrariam o acordo de governo, com medidas tomadas aparentemente contra as posições do CDS, etc.
Também é verdade que o CDS, e em especial Portas, tem andado a fazer de morto, para não ser associado a medidas impopulares.
De qualquer modo, o CDS é um partido com uma tal  ambição de poder que acho aguenta bem estas pequenas facadas...

Ainda a propósito da RTP

Afinal seguiram mesmo a estratégia de "mandar o barro à parede" a ver se pegava.

Agora Passos vem dizer que afinal é um cenário. Que aldrabões.

Este jornal é um nojo ao serviço do governo

Este título é repugnante.


 Com ele procura-se assassinar publicamente o carácter do Nuno Santos (director de programas da RTP, creio), uma figura que apareceu publicamente a manifestar-se contra a solução avançada pelo António Borges para a RTP, deixando-se no ar a ideia de que quando se manifestou Nuno Santos poderia estar a pensar na carteira.
Nojento.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Os sacrifícios e as excepções

Um dos problemas de um governo, que "vende" a ideia de rigor e austeridade, surge quando se torna evidente que essas ideias não foram uniformemente aplicadas a todos.

Há muito entendemos que estes conceitos não se aplicam às grandes empresas e grupos económicos. Agora percebemos que, mesmo entre particulares, e sem sair do universo de quem trabalha directa ou indirectamente para o Estado, as vítimas preferidas do governo, há filhos e entiados....

Austeridade encapotada

Mais uma medidazinha de austeridade, da qual ninguém fala, mas que representa o caminho do empobrecimento geral, uma das linhas mestras de actuação deste governo.

Seria esta medida tão essencial ao equilíbrio das contas públicas? Alguém fez uma análise custo / benefício da mesma? Ou foi implementada porque era "fácil" de implementar por um governo onde a coragem só existe para impor medidas aos que não têm poder?

sábado, 25 de agosto de 2012

Mais uma sessão de "atirar o barro à parede"?

Esta solução é tão insólita como a forma como foi apresentada, através do já famoso assessor Borges, o tal que não sendo ministro manda mais do que se fosse um.

Dá um pouco a ideia de que se está em presença uma vez mais de uma manobra em que se começa por apresentar algo completamente inaceitável para tornar "razoável" ou menos má a decisão que afinal até já foi tomada.
Este governo tem aliás sido especialista em utilizar este expediente.

Os resultados esperados da austeridade


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O profeta da desgraça


Naturalmente o profeta da desgraça não poderia ver mais do que um caminho. Um pouco a la Cavaco, também deve achar que 2 pessoas inteligentes com a mesma informação chegam sempre às mesmas conclusões. O que, para além de ser uma rotunda mentira, é a melhor forma de evitar o debate das soluções, e impor a que doutamente consideram (ou querem considerar) única.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Notícias sobre o Pontal

Depois de uma vista de olhos pelos 5 principais jornais diários de hoje, acho muito curioso que 4 deles destaquem o wishfull thinking do Dr. Passos ao prever uma mais do que optimista retoma em 2013 - que ninguém com 2 olhos acredita que aconteça com esta estartégia de política económica, e apenas um aponte a continuação (agravamento?) da austeridade, que o próprio Passos afirma, acontecerá sim ou sim - e que pelos vistos ele terá o prazer de anunciar .....

Que desperdício

Isto é um problema gravíssimo. Depois de gastarmos recursos (públicos) na formação dos nossos melhores, oferecemos este investimento estrutural a terceiros.

E qual a solução do governo? Aprofundar este movimento promovendo uma recessão económica que traz mais desemprego e menos oportunidades (em prol da satisfação plena dos interesses dos credores externos), aumentando a idade de reforma reduzindo as oportunidades, reduzindo os apoios ao desemprego para desincentivar os masoquistas que ainda queiram ficar, e promovendo pelo discurso a emigração (discurso da "zona de conforto" e da "pieguice").

E qual a solução de longo prazo? Limitar o acesso ao ensino superior logo no secundário. Se continua este caminho, daqui a uma geração o problema do desemprego entre licenciados estará resolvido porque o número de licenciado ter-se-á reduzido drasticamente e regressaremos neste particular à realidade anos 60 e 70, quando apenas as classes mais elevadas tinham acesso ao ensino superior, garantindo deste modo empregabilidade e limitando fortemente essa maçada que é a mobilidade social e a preocupação com a igualização das oportunidades.
As economias sub-desenvolvidas, extremamente desiguais, não têm problemas de desemprego entre licenciados.

Com isto não ponho em questão ter havido ao longo dos anos exageros, terem-se criados cursos em excesso e sem qualquer sentido de empregabilidade, que entendo dever ser uma variável a considerar. No entanto, a solução não pode ser voltar para trás e perder tudo o que de bom se fez. Mal ou bem, as gerações mais recentes têm uma formação geral elevada e conseguiu-se formar uma quantidade enorme de grandes cérebros no país. A lástima é que se já não havia lugar para todos, com esta política acabará a não haver lugar para quase nenhum, e a prazo reduzir-se-á o seu número. E isso é o mais inexorável caminho de empobrecimento, estrutural, grave, e com consequências por várias gerações. Por outras palavras, é o caminho do abismo.

Sou de uma geração que beneficiou brutalmente com a "igualização" de oportunidades. Eu beneficiei do facto do meu pai, vindo das classes mais baixas, ter tido a oportunidade de estudar (e trabalhar ao mesmo tempo), permitindo-me ter acesso a formação - e a emprego, e a salário, e a perspectivas, e a aspirações -  que ele próprio não teve. Custa-me admitir que os meus filhos, e os filhos da gente da minha geração, percorrerão o caminho inverso. E tudo farei para que isso não suceda.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Na onda da silly season


Mais uma borla aos poderosos

Com um título ridículo, o Expresso noticiou, e toda a imprensa fez eco, a recuperação de cerca de 3,5 mil milhões de euros que estavam ilegais fora do país e que foram declarados pelos seus proprietários ao fisco, ao abrigo de uma lei especial que permitiu até determinada data a declaração destes rendimento, com a cobrança de uma taxa única de 7,5%, o que permitiu cobrar cerca de 260 milhões de euros em impostos.
Não é a primeira vez que se usam este tipo de regras especiais (houve medidas semelhantes em 2005 e 2010, esta foi especialmente eficiente, há quem pense que por influencias do caso Monte Branco e do que poderá vir a "destapar".

Sem menosprezar a importância desta cobrança nesta fase de aperto das finanças públicas, deve ser salientado que:
1º) as finanças não apanharam fortuna nenhuma, foram os seus titulares que as declararam motivados pelas condições especiais de legalização destes rendimentos;
2º) esta situação configura uma vez mais uma brutal injustiça na medida em que estes avultados rendimentos em vez de terem gerado a seu tempo o pagamento de IRS, IRC, ou outro qualquer imposto, à semelhança do que paga qualquer cidadão e empresa que cumpre os seus deveres fiscais, são legalizados agora com uma "taxa prémio".

Só acho incrível a forma "se vende" como um grande feito uma medida de uma enorme injustiça para com a quase totalidade dos cidadãos.

Voltemos à adolescencia


Bem sei que as revistas do coração não têm que ter propriamente grandes preocupações com a profundidade do que apresentam, até pela sua natureza, no entanto também me parece que neste caso chega-se ao exagero: isto parece conversa entre amigas adolescentes.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Porque é que a austeridade é um caminho estúpido

Até para os países ricos.

Títulozinho demagógico

Soma-se o número de dias de greve nas várias empresas de transporte e dá ideia que este ano não têm circulado autocarros ou comboios.
Ridículo.
Mas para atacar o direito à greve qualquer coisa é aceitável para esta gente: até argumentos estúpidos.

A direita espanhola consegue ser mais ordinária que a nossa


Os nossos patrões em todo o seu esplendor...

... ou a quem serve as iniciativas do governo na área do trabalho.

Fartar vilanagem

É sacar, já não interessa.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Desvalorização do trabalho

Tenho alguma dificuldade em entender  o entusiasmo com que alguma imprensa notícia a entrada em vigor da lei que permite a desempregados com certas condições poderem acumular o salário de um novo emprego com o subsídio de desemprego.

A quem serve esta medida? Ao trabalhador que por uns meses vê o seu ordenado artificialmente elevado? Ou ao empregador que desta forma eventualmente conseguirá um trabalhador por um salário menor, uma vez que o trabalhador vai incorporar na sua análise o subsídio? E quando o subsidio terminar, o empregador cubrirá o subsídio desaparecido? Confesso que desconheço em detalhe o que vai vigorar, mas que me cheira a mais uma forma de desvalorizar e mercantilizar o trabalho, lá isso parece.
E questiono-me que tipo de relações laborais se estabelecerão na base destas premissas iniciais.
E sei quem se consumar lixar com estes processos inovadores.

Para que nunca se esqueça a barbárie de Hiroshima


Não há 2 forma de ver este ataque.
Não há justificação possível.
É uma das maiores barbáries da humanidade.
Nuclear nunca mais.

(ao pé disto os brutais e desumanos Drones chegam a parecer razoáveis...)

(Pasmo com algumas coisas - poucas felizmente - que vejo escrita pela blogosfera sobre o tema. Como é possível ainda haver quem justifique, quem compare com Pearl Harbour - como se perante um crime fosse razoável um super-crime. E ainda só passaram 2 gerações...)

Assim se vê quem está de facto a pagar a crise


O Maior



Pela superioridade inacreditável.
Pelo carisma e simpatia que desperta.
Por ser um "one man show".

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A nova Lei do Trabalho - um embuste habilmente vendido

Vendida como uma reforma essencial para a competitividade do país e a manutenção e criação do emprego, eis a reforma laboral em todo o seu explendor:


Afinal, o único desígnio sempre foi unicamente o de transferir rendimento do trabalho para o capital. Tudo o resto é uma habilidosa mentira, vendida à exaustão pelos ideológos do regime e coniventemente veículada pelos orgãos de comunicação social.

Ou será que alguém acredita que é com isto que a economia recupera? E que passamos a exportar mais (vários trabalhos indicam que o peso dos custos de trabalho na estrutura de custos das nossas exportações é inferior a 25%)? E que há menos desemprego?

Esta é talvez a maior e mais grave aldrabice que nos têm vendido. Esta gente não é séria. E tem que ser posta no sítio. JÁ!!!

Mas onde é que isto é uma boa notícia, porra!

Eu nem sequer conheço as contas da ANA, mas os 1,5 mil milhões referidos representam quantos anos de IRC e resultados da empresa?

Estamos a encaixar dinheiro já (será? espero que não seja como com o BPN) para deixar de receber no futuro (para sempre), perdendo ao mesmo tempo um instrumento de gestão de infra-estruturas essencias ao país.

Será só a mim que isto parece um crime contra o país?

Quem diria...



... que aumentar o preço dos transportes em 2 dígitos e degradar o serviço de forma brutal ía dar nisto.