sexta-feira, 27 de abril de 2012

Capa inacreditável do The Economist

A The Economist desta semana tem esta capa inacreditável, alertando para os "perigos" da possível eleição de Hollande em França.
Aparte uma tomada de partido num processo eleitoral, difícil de conceber numa publicação minimamente séria, a ideia de que François Hollande possa ser uma ameaça ao modelo que está a ser seguido na UE parece-me completamente ridícula.
Embora se necessitasse de facto de uma mudança claramente à esquerda na Europa, que rompesse que este modelo económico que, aparte acabar em definitivo com o modelo social europeu, está a conduzir todo o espaço europeu a uma recessão, Hollande está, em minha modesta opinião, longíssimo de ser a figura que fará essa mudança.
Estou convencido que, a ser eleito, será um tipo demasiado moderado, que se irá perder em tentativas de pacto à direita, em ajustes de alinhamento com a Sra. Merkel, etc. Ou seja, receio que se converterá uma oportunidade (pseudo oportunidade) perdida para alterar o actual rumo da Europa.
Mas gostaria que o tempo me revelasse estar enganado e a The Economist certa....

Afinal, mais alguém acha isto


quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Presidente do Governo

Mais uma vez Cavaco não soube estar à altura das funções, ajustando o seu discurso do 25 de Abril às necessidades do Governo.

E a noção da boa imagem do país para o exterior é bem a marca da sua forma de pensar. De que serve uma boa imagem exterior - a versão actual do bom aluno, num país brutalmente desigual, pobre e sem perspectiva de futuro?

Pobrete mas alegrete - um novo episódio

Na senda das soluções milagrosas para combater a brutal redução de rendimentos de boa parte dos portugueses, a revista Visão dá mais um inestimável contributo...


.... sou só eu a achar isto absurdo?

Only the good die young


Com agradecimento ao http://carlosjmalmeida.wordpress.com

terça-feira, 24 de abril de 2012

Os funcionários públicos, esse belo saco de boxe

Com uma consistência rara, o governo continua a lixar o máximo possível os funcionários públicos, fazendo-os bodes expiatórios da crise, numa fúria ideológica absolutamente inqualificável.

Para quando um 25 de Abril na Madeira?

As cenas de abuso na Madeira continuam a suceder. Este é só mais um episódio, num contexto em que os governos centrais sempre deixaram andar, com medo do impacto mediático de cacique local.
Desta vez a coisa toma contornos surrealistas.
O 25 de Abril  continua por chegar à Madeira.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Isto NÃO É um "perigoso esquerdista"


Uma "caixa" encomendada pelo governo...

Deve ser por estas e por outras que a actuação policial peca cada vez mais pelo excesso de contundência, sobretudo quando em presença de grandes massas de gente.
É mais uma característica do país de Passos: um Estado policial, duro a actuar em grandes manifestações, mas inexistente no dia a dia.
Lamentável.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O problema do governo não é a comunicação, é mesmo a política

Há por aí um conjunto de opinion makers que, quando as coisas correm mal para o governo, gostam de vir dizer que o governo tem problema de comunicação, deixando subentendido não haver nenhum problema com as políticas.

É uma bela forma de colocar as coisas, mas é simplesmente falsa. Quando há contestação às medidas do governo, e em alguns casos críticas generalizadas até em pessoas insuspeitas, o problema não é de comunicação meus senhores, o problemas está mesmo nas medidas tomadas.

Polícia? Fujam.......

Nos últimos meses têm-se sucedido os problemas relacionados com cargas policiais, onde os excessos são por demais evidentes. Ontem sucedeu mais uma, e não me parece que a justificação esteja na crise, no mau estar social e no risco de tumultos. O problema parece estar mesmo na própria polícia.

Que bela foto


Não que tenha feito um mandato excepcional, mas acho que só por isto já teria valido a pena a eleição do Obama.

A foto faz referência ao episódio de Rosa Parks no autocarro.

Ai não que não faz....


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Descoberta da pólvora


Como havia previsto num post há 2 dias....


O que é ridícula é esta tentativa de tentar dar sempre um ar técnico a uma decisão que é política. E há uns tontos comentadores que gostam de falar da "coragem" deste governo.

A chinização do mercado de trabalho em Portugal

Mais um ponto essencial do programa de alteração estrutual da sociedade portuguesa: a completa precarização do emprego com o consequente downgrade geral do nível de vida do cidadão comum.

terça-feira, 17 de abril de 2012

O fim da MAC

O excelente Ladrões de Bicicletas apresenta um post que subscrevo completamente relativo à decisão do governo de fecho MAC. Vale a pena ler.

Porque sou um entusiasta da exploração espacial

E embora o vai-vem tenha sido objectivamente um fiasco - com 2 veículos explodidos matando uma quantidade de astronautas, e penso que nunca provando que seria mais barato que naves não reutilizáveis - não deixou de ser um marco.
Para mim, acompanharam-me desde a minha infância.
Aqui uma imagem do sempre espectacular transporte, da Atlantis (creio), agora para um museu.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

A falácia do limite máximo nas reformas da Segurança Social

Sob o muito diáfano pano de fundo do combate às reformas milionárias, e da sustentabilidade da Segurança Social (leia-se diminuição de garantias aos cidadãos por esta via), o governo tem na calha a criação de tectos máximos para as reformas.
Esta aparentemente razoável medida terá como contraponto a criação de tectos para os valores a descontar, ou seja, quem mais ganha contribuirá menos (ou muito menos) para o sistema, disponibilizando enormes volumes de capital que certamente a Banca e as Seguradoras trabalharão para capturar – tanto mais que esta medida poderá ser acompanhada de benefícios fiscais que promovam a criação de planos de seguros de reforma individuais.
Assim, com esta medida conseguem-se vários efeitos:
1.      Quem ganha mais fará seguros privados que complementarão no futuro a sua reforma do Estado, ou seja, as reformas milionários continuaram a existir, ainda que parceladas;
2.      São olimpicamente retirados milhões de euros de receitas futuras de Segurança Social, obrigando a recálculos actuariais complexos, mas que seguramente concluirão pela maior fragilidade da sustentabilidade do sistema, face ao que existe hoje;
3.      O cidadão comum poderá esperar uma reforma (ainda) mais limitada, num sistema menos sustentável;
4.      O sector financeiro encaixa um enorme volume de recursos até agora encaminhados para a Segurança Social, melhorando espectacularmente os seus resultados e gerando liquidez para continuar a aplicar da mesma de forma especulativa, na certeza de que quando houver azar (e é só uma questão de tempo), haverá sempre o Estado a garantir o que quer que seja, agora por maioria de razão (o potencial de danos por falência ainda será maior).
Mais uma vez se confirma que este governo, como se calhar todos os dos últimos 20 anos, é dominado pelos grandes interesses, para os quais de facto se governa.
A democracia é um bom enquadramento para camuflar esta realidade, e a comunicação um veículo fundamental para manter a população serena.

Ataque ao Estado Social - n-ésimo episódio

Deve ser assim que se combate o desemprego jovem e se promove a produtividade.

Estas preocupações com a Segurança Social têm uma agenda escondida, tema do próximo post.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Com o maior partido da oposição neste estado.....

O PS de Seguro é de facto o maior aliado que e o Governo poderia ter para levar a cabo a sua agenda de alteração das relações sociais neste país.

O último e trágico episódio é a aceitação, com um pífio tema de secretaria, de um Tratado Europeu que vai basicamente subjugar a nossa política económica aos ditames alemães. A partir de agora, qualquer política pública de contra-ciclo deixa de ser possível, e estaremos exposto à maior violência de uma economia internacional ultra-liberal.

Passos Coelho dizia ontem no parlamento que o Tratado não era de esquerda nem direita. Pois não, é simplesmente estúpido, e nós vamos embarcar alegremente nele.

A culpa afinal era dos sobreiros

Este é mais daqueles casos de completa descredibilização da justiça portuguesa.

Com base numa decisão tomada por um governo que acabava de perder eleições foi permitido um negócios imobiliário de um grande grupo português (que está por detrás de tudo o que é nebuloso e que se passa em Portugal), em desrespeito pelas regras que existem para proteccção da natureza - mas que interessam os sobreiros?

Na sequência entra 1.000.000 de euros em dinheiro nos cofres de um partido. Ao tribunal pelos vistos tudo foi feito na normalidade.

Este é o mesmo país onde um desgraçado é condenado a prisão efectiva por roubar um produto num supermercado....

terça-feira, 10 de abril de 2012

Ou bancos optam por emprestar ao Estado

Fazendo uma breve revisão da matéria, e limitando a análise só aos factos mais recentes:

1. Os bancos são ajudados pelo Estado a limpar os seus balanças dos aventureirismos de anos (que geraram nomeadamente a crise de 2008), contraindo empréstimos particamente a custo zero;

2. Ao mesmo tempo, o BCE empresta aos mesmos bancos a taxas irrisórias (tipo 1%). A hipótese de emprestarem directamente aos Estados é tida como herética;

3. Os bancos, com estes financiamentos, emprestam a quem é lógico: ao Estado, a taxas de juros altíssimas (de mercado, tipo 5 ou 6%), e com risco zero, porque sabem que o Estado e a UE farão o que fizer falta para salvar o sector se ouver problemas.

Claro que os bancos agem racionalmente.
Este modelo perverso foi montado pela UE com a cumplicidade dos governos, e está bem claro a quem serve e contra quem funciona.

Porque motivo a  manchete tem o sentido que tem?

Falta a malta sair da modorra, acordar para a vida, revoltar-se e por fim a este estado de coisas.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Mais um monopónio, de serviços essenciais, com um enorme potencial de rendas, a privatizar...

Para isso há que tornar as rendas ainda mais interessantes, e em seguida vender aos amigos ou a um qualquer operador estrangeiro.

E já agora, mais um ataque a quem menos tem. A alteração do preço dos bens essenciais, em termos relativos afecta obviamente mais quem menos tem.

Há que fazer algo para mudar este estado de coisas....

Onde está agora a muito publicitada coragem deste governo?

Se calhar afinal o que houve nos primeiros momentos não foi "coragem de falar a verdade aos portugueses". Se calhar o que houve foi aproveitamento do clima para mentalizar os portugueses para as medidas imediatas que iriam tomar.

Afinal, onde o governo Sócrates mentia, criando uma realidade virtual cor de rosa, o governo Passos mente dizendo que retira 2 ordenados por 2 anos, quando na verdade ainda não se sabe bem quantos são (4, 5... para sempre?), ou escondendo uma decisão até ser dada como um facto (suspensão do processo de reformas antecipadas), numa atitude nunca vista, e que diz tudo sobre a visão que esta gentinha tem da democracia e dos processos de decisão na esfera pública.

Custe o que custar? Onde é que já ouvi esta conversa?

Até nos slogans a cartilha é a mesma....

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A Comissão de Gestão da Troika

 Este anuncio feito ontem nas instituições europeias em total desrespeito pelo nosso governo demonstra até que ponto o Governo eleito democraticamente não está funções. Temos em seu lugar uma comissão de Gestão da Troika com o Gaspar como homem de confiança.

O assalto ao estado social

Os capítulos começam a suceder-se a um ritmo alucinante....

Mais uma visão do Portugal pequenino

Pobrezinho mas sempre a fazer pela vidinha, poupadinho, a vender o que não precisa, a oferecer para ajudar o próximo, calminho e pacífico, sem esses extremismos gregos ou catalães....

P*** que pa*** às visões conformistas da vida....

Espanha no mau caminho...

Embora seja a tendência de uma UE completamente virada à direita, a prática em vários países, nomeadamente em Portugal, demonstra que trocar crescimento por ajustes é um erro enorme.

Neste caso, com a desvantagem adicional de lixar ainda mais a nossa já depauperada economia....

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A política à portuguesa no seu pior

Isto a ser verdade não é grave, é gravíssimo.

Mais um cortezinho no Estado Social

Depois da notícia do dia de ontem ser as novas condições de acesso ao subsídio de desemprego, com grandes cortes na sua duração e limites máximos (ainda que alargado aos recibos verdes), e de na 6ª feira passada se falar das novas limitações no subsídio social de inserção, hoje fala-se dos cortes no subsídio de doença.

Este conjunto de medidas faz parte de um dos pontos chave do programa deste governo, que passa pelo desmantelamento de um sistema geral de apoio a condições de vida minimamente decentes para a generalidade da população, e com o qual a direita política sempre conviveu muito mal. A troika e o seu programa foi a justificação que faltava para a aplicação deste programa vergonhoso.

O que mais me irrita em tudo isto é a argumentação moralista que é muitas vezes utilizada, que diaboliza os abusadores do sistema (que obviamente existem), generaliza o espírito que lhe está implícito a todos os beneficiários, e cria a ideia de que o acesso a estes sistemas de apoio e ao acesso a um mínimo de condições de vida não é um direito mas uma benece concedida a contragosto pela sociedade e que  há que eliminar o mais rapidamente possível porque promove a perguiça.

Esta cretinice só pode ser admitida por um bando de gente que nunca teve dificuldades na vida e que não concebe por-se no lugar de quem passa mal, seja qual for o motivo que lhe está na origem (doença, azar, menos condições de partida, etc). E julgo que isto acontece porque intimamente se consideram superiores e não admitem que tal coisa (ficarem em estado de necessidade) lhes venha a acontecer. E gente que se considera assim não respeita os outros e, por consequência, não me merece respeito.

A OPA à Cimpor

A este propósito vale a pena ler este post na Câmara Corporativa.

Crise? Qual crise?

Amorim na Galp.

Mello na Brisa com empréstimo da CGD (quando não há liquidez na economia).

Esta maltinha continua a mandar no país.

Quando este gajos fizerem sacríficos eu aceito que mos peçam também. Até lá vão para a p......