terça-feira, 31 de julho de 2012

Assim se vê a quem serve este governo....


Algumas lições sobre o desaire da Telma


Num país onde o desporto de alta competição é olimpicamente ignorado, e onde apenas o futebol parece interessar, é muito curiosa a expectativa que o país deposita de 4 em 4 anos nos atletas portuguesas que participam nos jogos olímpicos, aproveitando-se os naturais desaires para sessões de violenta flagelação inconsequente dos únicos que arriscaram e se esforçaram – os próprios atletas.

Esquecemo-nos que para ganhar algumas medalhas é necessário dispor de um leque alargado de atletas de excelência, e se possível em várias modalidades. E isso consegue-se, como tudo, com opções claras e com investimento – em infra-estruturas, em treinadores e equipas técnicas de suporte, e na selecção (nas escolas sobretudo) dos talentos naturais.
Sem isto, o que temos é um conjunto reduzido de atletas muito esforçados, alguns deles de grande talento, que vão aos jogos e se tiverem sorte virão com um par de medalhas. Ou então contamos com alguns milagres da genética, cada vez mais raros em desportos completamente profissionalizados.
Neste contexto, a marginalização da educação física nas escolas, que sempre foi um pouco uma realidade, mas que será brutal já a partir deste ano, terá forçosamente como consequência a redução do número de jovens a interessar-se pela prática deporto e por consequência a diminuição (ainda maior) dos atletas federados.
Receio que a curto/médio prazo nem um par de atletas de excepção teremos para sonhar com medalhas nos jogos...

No coments


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Portugal à venda

Depois da notícia de ontem sobre a venda do pavilhão Atlântico, que este blog bem informado lembra ter sido vendido a um genro do Dr. Aníbal, com um espectacular empréstimo do BES, hoje mais esta notícia sobre venda do país aos bocadinhos, neste caso dos parques eólicos da EDP a chineses.
Que estado deplorável a que estamos a chegar....

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Moscambilha

Bem me parecia que esta treta das renegociações das PPP era areia para os olhos do pessoal.
A resposta aí está: a renegociação tem como contrapartidas esquecer o detalhe da manutenção (um pormenor, naturalmente) e reduzir a dimensão da obra.
Agora, tocar na remuneração das concessionárias está quieto.
Estejam descansados concessionárias, o vosso rendimento será mantido.  A rentabilidade dos negócios é sagrada para este governo. O Zé pagante só tem que ser enganado mais um bocadinho, para dar a impressão que não é só ele a pagar.
O bispo é que tem razão, somos governados por uma cambada de corruptos.

Portanto, 2012 até está a correr benzinho....


Era mesmo disto que o país estava a precisar


Estamos a lixar o planeta


O mais rico do país e os pobres empregados dele

É repugnante que um merceeiro, homem mais rico do país, seja dono de uma empresa - o Pingo Doce - que  tem que fazer campanhas de solidariedade interna para os empregados pobres, tal o nível de ordenados que paga.
Merda de sociedade. Merda de país. Merda de governos que temos tido, que deixaram chegar as coisas a este ponto (e ainda não temos em pleno os efeitos do (des)governo Passos).
Há alguma coisa que está muito, muito mal neste país ...

Solidariedade europeia


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Tenho muitas dúvidas que estas taxas algum dia venham a existir


Mas qual estratégia, qual quê?


As exportações são para onde exista alguém que compre.

Num contexto europeu em que todos os países têm a economia estagnada ou em recessão vai-se vender a quem?

A exportações evidentemente são para fora da UE, que é onde há mercado, e beneficiando da baixa do euro face ao dólar - que tenderá a ser pontual - pelo que todo este entusiasmo pela exportações pode ser (espero estar enganado) uma miragem.....

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O ensino profissional


A este propósito, vale a pena ler este excelente post publicado um destes dias no jugular.

Lamentável


Mais uma entrevista lamentável de um presidente que há muito deixou de ter a preocupação de ser o factor de equilíbrio do regime.


quinta-feira, 19 de julho de 2012

O combate à fraude fiscal e a parvoíce

O governo anunciou ontem uma espectacular medida de combate à fraude e evasão fiscal que consiste em permitir que as famílias descontem uma percentagem de 5% do IVA de determinadas compras no IRS, com um máximo de 250€ por ano.

Ora, como bem refere a notícia, para se atingir o montante máximo de benefício a família teria que declarar um valor de compras de cerca de 26.500€. Para se ter uma ideia do absurdo disto, referir que este valor é superior aos rendimento totais de 1 ano de uma boa parte das famílias portuguesas.
Ou seja, no limite esta medida beneficia quem pode fazer aquisições - quem tem mais rendimento (mas a ideia de redistribuição não cabe na cabeça desta gente).

Por outro lado, a medida torna-se ineficaz pela poupança reduzida que gerará no IRS por cada factura. Se gastar 10 euros num restaurante e guardar a factura pouparei 0,115€ no IRS... Ou seja, a medida é um bocado estúpida.

Por fim, não entendo porque não é aplicada generalizadamente, mas fica circunscrita, pelo menos para já, à restauração, hotelaria, cabeleireiros e oficinas automóveis (penso que não me escapou nenhuma). Tudo sectores atomizados, e por isso sem força de lobby. Mais uma vez se fica com a ideia que o governo é fortes com os fracos, mas se acagaça com os poderosos. Porque fica de  fora a construção, por exemplo, um sector onde tradicionalmente se foge ao fisco?  Ou o comércio a retalho? Ou outro tipo de serviços especializados (advogados, por exemplo)?


Ah! Ah! Ah!


quarta-feira, 18 de julho de 2012

É incrível como se funciona em Portugal!

Vem este desabafo a propósito desta manchete de hoje do Público...

É certo que há 50 anos que o terminal  do aeroporto dista 500 metro da estação de Alvalade. É certo que é discutível a opção de chegar lá pela linha vermelha (embora se possa defender o interface com a gare do Oriente a 10 minutos de  distância). É certo que quem queria chegar ao Rossio, por exemplo, tem que mudar de linha.


Mas esta forma crítica de ver as coisas é cretina por vários motivos:
  1º) mal ou bem a obra está feita e representa uma melhora estrutural de acessos ao aeroporto;
  2º) comparar o tempo de trajecto de metro e de taxi é o mesmo que comparar batatas com maças - não tem nada a ver, são meios distintos, servem público potencialmente diferentes, um é transporte de massas o outro transporte individual, etc. Não tem nada a ver.
  3º) Se querem fazer contas entre que pontos se está a fazer a análise: no Trajecto Aeroporto-Campo grande? Aeroporto-Saldanha? Aeroporto-Baixa? Aeroporto-Odivelas? (é certo que eu não li o jornal e isso pode vir explicado, mas este gráfico deixa uma mensagem e não é séria - a meu ver - a forma como a veicula).

A Troika?

A troika uma ova. A troika propõe o que as suas doutas cabeças pensam e os partidos do centrão venderam-lhes o futuro, mas não se tenha dúvidas sobre quem tem a responsabilidade do descalabro: o governo. O governo executou o programa, não se preocupou em defender minimamente atenuantes à execução e foi em muitas matérias muito além do memorando, porque assim o quiseram. Não nos enganemos!!!

Mais uma bujarda para o ar, a ver como a malta a encaixa


Lá como cá a solução é emigrar

Triste Europa esta...

Coragem

... foi o que este senhor teve.
Num país de meias tintas e numa instituição que tantas vezes se pauta pelo silencio quando devia falar, as intervenções de D. Januário são cada vez mais assertivas, acertadas e incómodas para os instalados.
Que não lhe falta a voz e a coragem senhor, que o seu exemplo inspira.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Privatizações sob investigação

É muito curioso que no mesmo dia em que se notícia o início de investigações ao processo de privatização da REN e EDP, por possíveis abusos resultantes de acesso privilegiadosa  informação do negócio.....


... chegue também à fase final o famoso processo Freeport, onde se chegou a falar do possível envolvimento do então 1º ministro num processo de corrupção, e que termina com um pedido, pelo ministério público, de absolvição dos acusados.... n anos depois, após 3 meses de julgamento, ouvidas dezenas de testemunhas.



Alguém acreditará que este processo agora iniciado chegará a apurar alguma coisa?

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Crise, qual crise?


Eucaliptos - o governo na sua linha...

... de destruição do que havia de razoavelmente decente no país.

Deixem passar o desenvolvimento. Se esta porcaria daqui a a 50 anos for um deserto não interessa nada, desde que se garanta já resultados de excepção na nossa industria papeleira - que aliás deve ter para distribuir belos lugar de administração.

Governo começa (finalmente) a tremer

Acho que o governo está a entrar numa espiral de queda bastante acentuada.

Depois da austeridade aceite por um povo paciente, começarem lentamente a parecer críticas: primeiro eram problemas de comunicação, depois apareceram os primeiros críticos dentro do CDS (Ribeiro e Castro) e PSD (António Capucho), começou-se a perceber que a austeridade afinal não era para todos, começaram as sucessivas trabalhadas do Relvas, as barracadas do Álvaro, os protesto dos trabalhadores dos transportes, professores e médicos (sobretudo),  a confusão com as contratações dos enfermeiros, começam-se a fazer sentir os cortes feitos ao longo dos últimos meses, as vaias ao 1º ministro repetem-se, as manifestações começam a suceder-se a ritmo acelerado, ....

As sondagem começam a dar também (finalmente) o governo em queda (tal como o Presidente da República, facto novo e que é o retrato de um mandato lamentável do senhor).

Com a pressão, os desconfortos internos começam-se a sentir e acho muito significativo que um homem sempre muito alinhado com o PSD dê origem a este título....

Parece-me que a partir daqui será sempre a descer. E que será Portas a determinar fim do governo. Só não se sabe quando....

Mas que cara de pau...

Esta gente julga-se num patamar tão distante do comum dos mortais que tomam as pessoas por absolutos imbecis.

Mas como é possível fazer uma afirmação destas?

Será que acha normal as suas condições de reforma. Será que as acha moralmente defensáveis, e ainda mais num tempo destes. Ou acha que só porque o banco é privado (será?) não existe problema. E se é assim o que acharão do facto os restantes empregados do banco, a maioria pagos só sofrivelmente?

É esta a merda de elite que nos meteu no buraco onde estamos: uma cambada de oportunistas, auto-centrados, egoístas, que não fazem ideia do país em que vivem (ou fazem, o que vem a ser pior) e se julgam acima do comum dos mortais. 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Esta telenovela está a tornar-se deprimente...


... mais deprimente do que isto só mesmo os sucessivos votos de confiança de Passos Coelho no ministro com o diploma Express.....

quinta-feira, 12 de julho de 2012

"Pobreza calada"

Recomendo vivamente a leitura deste excelente texto do Daniel Oliveira.

Onde é que já vi este filme?




E a  chatice é que os resultados serão, como sabemos pela experiência cá do burgo, absolutamente desastrosos.

E se pensarmos que metade das exportações para a UE são para Espanha, esta porcaria de política terá consequências sobre a nossa economia, e não serão pequenas.

Epá que aldrabões!!!!


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ataques despudorados ao direito à greve

Na linha dos desígnios deste governo, verifico com algum espanto a falta de pudor com que se ataca hoje o direito à greve.
Na semana passada, depois de grandes títulos na comunicação social sobre os custos (para as empresas e para o país) da greve dos controladores aéreos e dos pilotos da Tap, as greves foram desconvocadas. Só faltou sugerirem que se pendurassem os responsáveis pelo pescoço (mas pouco faltou). Esta semana é a vez da pressão sobre a greve dos médicos.


É evidente que uma greve nunca é gratuita, traz sempre incómodos e tem custos significativos. Mas a verdade é que essa é a sua própria essência (e por isso deve ser último recurso). Na empresa em que uma greve não tem qualquer custo, não tem impacto, e não faz qualquer sentido ser feita. O objectivo de uma greve é fazer pressão, é mesmo causar moça, porque se supõem existir uma causa maior.

Como é que este senhor que gere um ministério que anda a contratar enfermeiros a empresas de trabalho temporário com um salário na prática abaixo do que é estabelecido pela própria lei, tem a lata de vir argumentar contra a greve? (bem sei que a greve é de médicos, mas não tenho dúvidas que se há tempo sem que terão razões para a fazerem são os actuais).

Mas estes gajos estão a tentar enganar quem?

Num contexto em que os aumentos sobre a energia têm sido uma constante, e quando pagamentos certamente da energia mais cara da Europa, aparecem notícias como esta:



Qualquer consumidor particular que compare os valores que paga hoje de gás e electricidade com o que pagava há 2 ou 3 anos verificará que, para quem manteve a dimensão da família e previsivelmente os gastos, as facturas aumentaram seguramente uma % de 2 dígitos, num contexto em que não consta que tenha havido um choque petrolífero ou algo do género.

Ainda agora em Julho houve mais aumentos (5% na electricidade ou algo assim), para "preparar a abertura ao mercado".

Querem agora falar da concorrência e dos seus benefícios?

O que estas empresas estão a fazer é a "pagar" para captar clientes ao vizinho do lado, igualmente quase monopolista, e ganhar (ainda mais) escala.

O grande benefício para o cliente estaria na renegociação dos ruinosos contratos assinados pelo estado com os operadores a garantir-lhes receitas futuras (a longo prazo), e que os reguladores tão eficientemente fazem cumprir. Quando acabarem com essa pouca vergonha falem em mercado.

domingo, 8 de julho de 2012

Bem me parecia que a coisa ia endurecer...

... salvo seja.


De novo o eixo franco-alemão?

Já aquando da sua eleição eu aqui partilhei aqui a minha pouca crença na mudança que Hollande pudesse trazer.

Bem sei que o Le Figaro é um jornal claramente à direita, mas acho esta manchete bem acertada, e vai além da efeméride a que o sub-titulo faz referencia...

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Acordão do TC - ponto de viragem

Contra a minha expectativa o Tribunal Constitucional veio declarar-se contra a retirada dos subsídios de féria e Natal aos funcionário do Estado (e da empresas do Estado), por ser aplicado de forma não uniforme. Deixou ainda assim de lado a aplicação este ano, que na prática admitiu como já inevitável.

Esta decisão é tanto mais importante quando contraria a visão do presidente Cavaco que não viu necessidade de enviar a lei para o Tribunal Constitucional, deixando-o a meu ver em muito má posição - embora os opinadores habituais que se vêm nos jornais e Tv's seguramente não se lhes ocorrerá lembrar este pequeno grande detalhe.

Penso que esta decisão marcará um antes e um depois na actuação deste governo. Até aqui, a decisão de massacrar os funcionários públicos, deixando ao resto da população "só" o fardo dos aumentos generalizados dos preços das utilities (electricidade, transportes, água, etc) e dos impostos (IVA, IMI, ...)  e corte no Estado Social, dava à maioria da população a sensação de que estavam a ser poupado a parte do fardo. Era um pouco o dividir para reinar.
Agora, e com o mais que provável confisco dos subsídios a todos, não há mais barreiras à revolta. Creio que a partir de agora é que a contestação vai (finalmente) ser a doer....

Ainda a propósito do curso do Relvas

O que mais me surpreende nestas trafulhices é o serem gratuitas.
Não havia objectivamente nenhuma necessidade de licenciatura para o homem ser ministro. Mas a aldrabice está tão arreigada que não hesitam em fazer uso dela mesmo quando "não é necessário".